Disse que escreveria de novo em português por aqui, e cumpro. Alias, essa será, seguramente, uma semana com muitos textos em português, com direito a gírias e tudo o mais, de origem galega ou portuguesa (quase a mesma coisa), claro. E por que? Porque estou na terra do Galego-português, em Santiago de Compostela. E porque quarta-feira sigo para sobre os montes (e nao trás dos montes, como dizia minha bisavó Narcisa).

Voltar pra Santiago de Compostela é maravilhoso. Pela terceira vez a vida me dá o privilegio de pisar neste maravilhoso solo e caminhar nessas geladas, mas quentes, ruas de pedra medieval que cortam o centro histórico. Melhor: cheguei em um dia de sol, coisa rara por aqui, ainda que o frio esteja cortando as orelhas (esqueci de trazer gorro e ainda não comprei um novo). Sou apaixonado por Santiago de Compostela, pelo idioma, pelos sabores, pela arquitetura, pela música e pelo clima. Mais do que isso: tenho uma relação de crença, de energia mesmo, que vai muito além do papo-furado de Paulo Coelho. Na verdade tenho uma dívida e vou aproveitar minha passagem aqui pra negociar (não o pagamento, mas o “serviço” proposto, rs).

Seguir daqui pra Covilhã é outra alegria. Poder conhecer essa terra é algo que não consigo deixar de pensar. Sou brasileiro-português, mas português de verdade. Ainda que existam as piadas sobre português em meu Brasil, nós (pois me considero também) somos muito inteligentes. Veja o Tratado de Tordesilhas, por exemplo: era pro Brasil ser igual ao Chile, mas acabou sendo a América do Sul praticamente inteira. Veja a história de Portugal e Brasil contra Espanha e a sua colônia na América Latina: eles brigaram o tempo todo, e Portugal negociou de forma inteligente sem derrubar sangue algum. Mais: a sexta economia do mundo fala espanhol? Alguma economia antes fala espanhol? Acho que isso também é obra de português.

De todas maneiras, essa semana será repleta de Língua Portuguesa em minha vida. Em algumas horas apresentarei um seminário (30 horas, entre aula e atividade) na Universidade de Santiago de Compostela totalmente em português. Na Terça à noite viajo pra Madri, onde me encontro com uma amiga brasileira, e na quarta pela manhã sigo a Covilhã, onde apresento uma conferência e um artigo (escrito com minha amada esposa), claro, em português. Bom demais.

Mas o melhor de tudo isso é que sábado à tarde chego em casa, e depois de falar algumas horas em espanhol no avião da Ibéria e de me comunicar com a imigração colombiana pelo idioma local, vou me encontrar com minha esposa e minha filhinha, com quem vou falar, e beijar, e abraçar…..em português.

(Fotos tiradas com iPad)

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