Escutei isso minutos atrás enquanto assistia pela quarta vez o filme “Sete anos no Tibete”. O ditado é falado para um tibetano que traiu sua cultura, seu povo e sua nação. Porém, tais palavras são válidas para diversas outras pessoas, nos tempos atuais, que buscam obter benefícios próprios.

Meu país está cheio de gente assim. Pessoas que deterioram a vida de uma nação em benefício próprio, deixando de lado os interesses coletivos por riqueza e poder. É um problema crônico com o qual vivemos desde 1500, talvez no dia 22 de abril, quando o Monte Pascoal foi avistado pela primeira vez. Talvez antes, pois essa data pode não ser a primeira chegada ao Brasil. Mas desde então a ganância é o que rege essa cultura, essa nação.

Quando penso nas fraudes diversas que explodem pelo país, penso: poxa, sempre podemos nos surpreender. Quando penso que essas fraudes não surgiram em 2011 ou em 2003 (mas a sociedade e os meios de comunicação ignoram isso descaradamente) fico mais triste ainda. Isso significa que sempre teremos essa peste social circulando entre nós. Os senadores e deputados (os verdadeiros governantes desse stand up republicano) se deliciam com verbas parlamentares que os fazem custar, cada um, R$2 milhões por ano, fora o presidente do Senado, que possui uma folha de pagamento de 67 funcionários (seguramente, com o salário mais alto que o meu, como professor).

Mas o problema circula fora dos grandes postos governamentais. Na verdade, circula entre todos os cidadãos. Vejo isso ao meu redor, quando pessoas sem escrúpulos assinam textos não escritos por eles. Isso se repete quando percebo detentores de um poder que dura dois anos para benefício próprio. É uma avalanche de decepções que toma conta de meu cotidiano, e isso é lamentável.

Hoje em dia, sinto dois arrependimentos. O primeiro de ter escolhido o aeroporto errado quando embarquei em Bogotá no dia 12 de setembro de 2013. Conviver com a corrupção alheia parece mais fácil em alguns momentos. Mas quando a corrupção é sua, ah, isso é dolorido demais. O segundo arrependimento que tenho está marcado em minha pele desde outubro de 2008, em uma combinação bicolor, onde o verde continua vivo (a natureza), mas o amarelo, por uma natureza tupiniquim, continua a ser roubado.